Constatação

Tenho uma tendência em acreditar demais nas pessoas, na suas potencialidades , generosidades. Volto e meia me vejo dizendo “Ah, mas fulano, não fez isso por mal, não tinha a intenção.” Valorizo as qualidades e sou bastante tolerante com os defeitos. Faço isso de forma natural, não me esforço para agir assim, essa é a minha essência...Claro que por vezes me decepciono , mas não o suficiente para desacreditar na doação , sem pedir ou esperar retorno, entre amigos, família, amores...

Porém, essa semana tive a oportunidade de trocar poucos, mas suficientes, emails com uma pessoa em eu já foi muito importante pra mim, daquele muito que nos faz perder o fôlego qdo estava ao meu lado, com sorrisos constantes (esses não me deixam com facilidade) sempre agindo de forma carinhosa, gentil, doce e me sentindo realizada com isso, uma relação que funcionava, tinha ritmo, cadência e me fazia feliz mas que não teve continuidade por razões ha pouco percebidas. Talvez por estar tanto tempo sem contato e principalmente sem o menor interesse em retomar qq relação que não seja virtual, permanecia com esse sentimento gostoso do tempo vivido. Entretanto,consegui ver no detalhe de cada frase escrita, cada exclamação usada, na insistência em valorizar tão somente o SEU mundo e seu umbigo escancarado de um egoísmo absoluto.Fiquei triste, pelo vazio existencial reafirmado permeado nos emails trocados. Uma pena !

Surge uma culpinha católica, sinto que qdo critico alguém, estou me auto-elogiando. Mas esse é um elogio assertivo desenvolvido depois de tantos questionamentos internos e avalanches de pensamentos e auto-analise. A generosidade e preocupação com o outro faz parte de mim, da minha assumida personalidade.

Percebo que qto mais equivocada for a minha escolha ou caminho mais preciso dar algum significado que a justifique, nesse caso absolutamente fictício. Utilizo desse recurso em todas as áreas da minha vida e com isso, não carrego saldo negativo das escolhas vividas.

E continuo escolhendo ....